terça-feira, 26 de novembro de 2013

Um esboço...

Um esboço...
É o que sinto que sou.
Tudo começa com uma linha ténue, quase a medo.
O colo, o peito, o quente do amor, vão tornando o traço mais carregado, dia após dia.
Um traço que já se senta, que já põe os pés no chão e ousa caminhar, que se vai tornando mais e mais independente, de maiores riscos, de desajeitados rabiscos, de tímidos traçados...toma o seu próprio lápis, toma conta do seu próprio esboço.
Incapaz de se completar sozinho, este meu esboço carece da ajuda de outras mãos, outras mentes criativas, umas sensatas, outras doidas de todo!
Carece de borrachas que apaguem para que desenhe tudo de novo!
Carece que segure o papel, para evitar desvios, desníveis, desatinos...
Um esboço mais e mais independente mas sempre de olhos postos nos traços do mundo, das pessoas, dos abraços...Incapaz de ser completo estando sozinho!
Um desenho inacabado! Cada dia um novo traço, um novo rabisco!
Mesmo os erros, os traços que a borracha apaga, deixam marca no papel.
São marcas ajudam ao desenho, à vida, ao esboço...
Um esboço...
É o que sinto que sou.
Tudo começa com uma linha ténue, quase a medo.

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