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Aliás, até acho que de tão grande que é, se perde em viagens e sonhos realizados e por realizar. Até se assusta com a dificuldade que tem em pôr os pés no chão! E tudo porque o seu pequeno mundo é tão grande quanto a sua imaginação consegue imaginar.
Às vezes trabalha num escritório, obedecendo a um rígido dress-code.
Outras vezes é actriz, cantora, faz da arte a sua vida.
Outras vezes… esconde-se e não se deixa ver.
Quando é a profissional responsável e credível, parte de si canta à espreita por uma nesga das horas, procurando o palco, as luzes, o brilho. Logo a actriz finge não dar por isso e o trabalho continua, ora de cores garridas, ora cinzento. Adapta-se vezes sem conta durante o seu dia!
De volta a casa, vai trocando a roupagem mental para chegar como mãe e esposa. Os sorrisos, o som das vozes a dizer “mãe”, o quente dos abraços… mas também as birras e as teimosias e as suas birras e as suas teimosias! É dose! Mas é único e de um sabor que se sente intensamente. AMA-OS!
O seu pequeno grande mundo tem cor e sol quase sempre. Quando sente que a luz se esvai, tira o telhado, abre a janela, a porta – deixa entrar a cor, a luz e o ar.
O seu pequeno grande mundo também tem dias impenetráveis, difíceis de entender. Até para si! Fecha tudo lá dentro e vai desfazendo nó após nó o seu fio condutor, abrindo-se aos poucos mas sem nunca chegar à plenitude.
Tem pensamentos só seus, faz viagens só de sonhos.
Não consegue dar tudo! É demasiado seu! Fica consigo.
É assim que é, na complexidade do seu pequeno mundo.
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