quarta-feira, 16 de julho de 2014

O resto? Depois ser vê…


Que ténue é a linha da vida…
O bem e o mal
A vida e a morte
Lado a lado, sempre lado a lado!
Quando o bem está mais presente e visível
E tudo é luz e ar pulsando de vida
Quase esqueço o resto!
O resto, o que só acontece aos outros!
Alguém cai
Alguém sofre
Alguém parte
São todos tão distantes!
Como se os meus estivessem protegidos
Porque a escuridão pertence ao resto e o resto só acontece aos outros!
Só que eu pertenço ao grupo dos “outros” de alguém
Cair, sofrer, partir… pode acontecer comigo.
E vem o medo, o querer anular o perigo
A tentação de fechar a porta e trancá-la por dentro para que o mal não entre
Ou para que ninguém queira sair em direção a ele
O medo tolda-me o raciocínio! Torna-me irracional!
De repente tudo é instinto!
Proteger é a palavra de ordem!
A linha da vida é ténue e o resto está mesmo ali… perto, demasiado perto!
Não posso viver sem as referências do passado nem sem os olhos postos no dia seguinte.
O passado existiu e o futuro é onde quero ir
Mas a vida vive-se no presente, no hoje, no já!
A racionalidade que se ausenta e deixa reinar o instinto animal
O instinto moldado pelo raciocínio
A linha ténue, o caminho lado a lado
Resistir a ser tolhida pelo medo, lutar para seguir em frente!
A maior parte das coisas que tememos acabam por nunca chegar a acontecer!
E se acontecem?
Viver em equilíbrio nesta ténue mas desafiante linha!
Viver…  
O resto? Depois ser vê…

Sem comentários:

Enviar um comentário