Não, não sou forte
Quero ter direito à fraquezaDireito ao medo da morte
Direito à minha tristeza
As lágrimas que cortam o rosto
Arrastando o preto do rímel
Serão alegria? Desgosto?
Doce sabor ou amargo fel?
Carrego o mundo aos ombros
Exigência de postura, retidão!
Proíbe-me a vida os tombos
Obriga-me à perfeita perfeição
Não, não sou forte
Sou como todos, sou mais uma
Tentando o equilíbrio, o porte
Salto alto, aroma que o ar perfuma
Um sorriso rasga-me o rosto
Rosam-se as faces à timidez
Um som de riso bem posto
Felicidade? Desfaçatez?
Pesa-me o mundo nos ombros
Oro a Deus, Ele segue comigo
Levanto a vida dos escombros
Por saber que neles mora perigo
Sorrir por fora não vale
Se o interior não sorrir
Por mundo que caminhe ou pedale
Sei que tenho, que vou conseguir!
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