quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Que o mundo que carregamos aos ombros traga a luz ao nosso caminhar...


Não, não sou forte
Quero ter direito à fraqueza
Direito ao medo da morte
Direito à minha tristeza
As lágrimas que cortam o rosto
Arrastando o preto do rímel
Serão alegria? Desgosto?
Doce sabor ou amargo fel?

Carrego o mundo aos ombros
Exigência de postura, retidão!
Proíbe-me a vida os tombos
Obriga-me à perfeita perfeição
Não, não sou forte
Sou como todos, sou mais uma
Tentando o equilíbrio, o porte
Salto alto, aroma que o ar perfuma

Um sorriso rasga-me o rosto
Rosam-se as faces à timidez
Um som de riso bem posto
Felicidade? Desfaçatez?
Pesa-me o mundo nos ombros
Oro a Deus, Ele segue comigo
Levanto a vida dos escombros
Por saber que neles mora perigo


Sorrir por fora não vale
Se o interior não sorrir
Por mundo que caminhe ou pedale
Sei que tenho, que vou conseguir!